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SUZANA NO PAÍS DO DESENHO

Este livro infantil conta a história de Suzana e seu lápis mágico, com o qual produz cenários para suas brincadeiras. Desenha uma escada para o céu e sobe; encontra Ayrton Senna, Papai Noel e outras pessoas e seres celestes que despertam sua curiosidade sobre o que deve fazer durante a vida para ser elegível ao paraíso depois da morte. Suzana segue a brincadeira, muda de assunto, vira princesa, boneca, celebridade; Quando se cansa de manipular o mundo, percebe que seu lápis é monocromático e que cada pessoa é dona de uma cor diferente. 

 

Disponível em duas opções: 1) eBook em português; 2) eBook em inglês.  

Concepção

Este trabalho foi idealizado após a morte do Ayrton Senna. Luto nacional, os brasileiros perdiam um herói. Então Cristie ficou elucubrando sobre o que significava ser um herói? Se era preciso ser um astronauta, um cientista, um piloto, um Ayrton Senna? Ou se bastava ser um Ayrton da Silva, um cidadão comum, e apenas protagonizar a sua própria história? Na realidade, cada um é mesmo o herói do seu universo, porque o universo não existiria para quem não existisse... E figurativamente, cada um é mesmo dono de um lápis com o qual escreve a sua trajetória pelo mundo.  

 

Ilustrações

As técnicas utilizadas nas ilustrações foram pintura em aquarela e lápis de cor com contornos a lápis preto ou nanquim. As linhas temáticas como as mostradas a seguir foram feitas com lápis de cor e depois transformadas em vetor.

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O desafio dessas linhas era não tirar o lápis do papel, o que nem sempre foi possível. Veja uma animação do livro digital.

Trecho

   [...]

 

   – Eu posso, eu faço, eu aconteço, eu mando no mundo. Muita calma nessa hora, se eu mandasse no mundo eu seria Deus!  E por falar em Deus, está certo que uma corrida celestial merece um piloto à altura, mas tinha que ser o nosso Ayrton Senna? –  De  repente os olhos da menina se arregalaram –  Mas como não pensei nisso antes?

 

   E com um sorriso nos lábios e um lápis na mão, Suzana desenhou uma escada para o céu e subiu.

  

   Encontrou anjos nas nuvens tocando instrumentos musicais. Os mais velhos tocavam harpa, como manda o figurino. Já os mais jovens, quem diria?,  tocavam bateria e guitarra!

 

   – Céus, que barulheira infernal! - reclamou Suzana, tapando os ouvidos e em seguida apertando a mão na boca para silenciar as palavras indevidas já pronunciadas.  Pensando bem, coitadinhos, que divertimento haveria no além sem a música?

 

   E continuou andando e cumprimentando anjos e pessoas normais, desprovidas de asas e de aureolas. Cada indivíduo correspondia com um sorriso franco. Então Suzana deu um salto para trás.

 

   – Mas o que foi que eu descobri? Quer dizer que funciona assim: quem morre jovem fica jovem pra sempre no paraíso, e quem morre velho fica velho para sempre? Mas que injustiça! Dizem que os velhos perdem a energia, a saúde, a memória... Ao chegar do outro lado, a pessoa nem vai ser ela mesma inteira! Ave Maria, então  tenho que morrer logo! Muita calma nessa hora, não antes de atingir minha inteiridade.

 

   [...]

   [...]

 

    “I can do anything, I have everything I want, I rule the world. Wait, if I ruled the world I would be God! Speaking of God, certainly a celestial race deserves a pilot up to the responsibility, but did it have to be our Ayrton Senna?” – Suddenly the girl’s eyes widened – “But how haven’t I thought of that before?”

 

    And with a smile on her lips and a pencil in her hand, Suzana drew a ladder to the sky and rose.

 

   She met angels in the clouds playing musical instruments. The older ones played harp, as expected. The younger (who would say?) played drums and guitar!

 

 

   “Good heavens, what infernal noise!” – complained Suzana, covering her ears and then pressing her hand on her mouth to silence undue words already pronounced. “On second thought, poor little ones, what fun would there be in the hereafter without the music?”

 

   She continued walking and greeting angels and regular people, devoid of wings and halos. Each individual answered her with a frank smile. Suzana then jumped back.

 

 

   “But what have I discovered? It means that’s the way it works, who dies young will remain forever young in paradise, and who dies old will remain forever old? What an injustice! People say that the old lose energy, health, memory... Upon reaching the other side, the person will not even be her or his full self!  Holy Mary, then I have to die soon! Wait, not before reaching my fullness.”

 

   [...]