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EMBOLADA

“Embolada” é um livro infantil que celebra o astro principal de todas as festas de aniversário: o bolo.  Uma das convidadas ficou tão fascinada pelo bolo que ignorou todo o resto. Absorta no seu encantamento, ou embolada, Diana esqueceu os brinquedos e coleguinhas presentes na festa e escolheu brincar apenas com os elementos decorativos do bolo. A experiência foi tão marcante que a menina continuou a brincadeira no caminho de volta para casa.  “Embolada” também traz um olhar contemplativo sobre a passagem do tempo em cada aniversário, representada pelo anoitecer gradual no decorrer da história.

 

Disponível em duas opções: 1) eBook em português; 2) eBook em inglês.  

Concepção

A inspiração para este livro veio em sonho. Cristie sonhou que estava dentro do bolo de aniversário preparado por uma amiga confeiteira (Cláudia). A decoração do bolo era muito meticulosa e trabalhosa. A estrutura tinha várias camadas, parecendo um terreno acidentado com uma casinha empoleirada no alto. Cercas, pedras, árvores e flores se espalhavam por toda a parte, tudo feito de doce. Era sensacional explorar a paisagem e se lambuzar de glacê, metendo a mão e até a boca em qualquer guloseima que encontrasse pelo caminho.

 

O sufoco aconteceu depois que cantaram parabéns, quando começaram a cortar o bolo e Cristie se viu presa ali. Tinha que correr de um esconderijo a outro para escapar da espátula de aço inox afiada que fatiava a terra que não era terra, mas era a superfície na qual apoiava seus pés. Pensando bem, aquele sonho estava mais para pesadelo.

 

No inverno, caminhando por um bairro de casas no Canadá, Cristie reparou que estava cercada de neve para onde quer que olhasse, o que evocou aquela mesma sensação do sonho, de estar cercada de glacê, embolada no bolo, quase um trava-línguas, daí o título.

 

As chaminés soltando fumaça lembravam velinhas apagadas por gigantes, talvez os próprios leitores, e a cena toda era embalada por uma sinfonia de gansos, talvez a sua própria versão do “Parabéns pra você”. Sim, essa história tinha que ser contada.

Ilustrações

Os rascunhos foram feitos a lápis em papel. Depois de importados para um aplicativo de desenho e pintura digital,  foram retrabalhados com ferramentas de desenho, arte-finalização e pintura, seguindo uma paleta predefinifa para a obra. A única exceção foi a ilustração da vista aérea das casas (veja figura ao lado), inspirada na cidade de Whitby, em Ontário, no Canadá. Essa ilustração foi feita com tinta aquarela em papel canson.  

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Trecho

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Bexigas escalam as paredes, jogos se espalham pelo assoalho e disputam as mãos das crianças.

 

No centro da mesa o bolo de aniversário se ergue, cercado por seu exército de brigadeiros em uniformes dourados. A cobertura do bolo é de glacê branco e se confunde com o cenário sobre ele. Um caminho de jujubas convida a visitar a casa. No telhado há uma chaminé em formato de vela.

 

 

Andar no glacê deixa pegadas, como andar na neve. Tropeçar no glacê tinge o cabelo e as roupas de branco. Lamber o glacê não é gelado; é açucarado.

 

Crianças patinam sorridentes no lago, mas estão imóveis. Os ponteiros do relógio na pracinha estão estáticos, se recusam a se separar. O tempo congelou a paisagem que não é gelada.

 

[...]

[...]

    

Balloons climb the walls; games spread across the floor and compete for the children’s hands.

 

In the center of the table stands the birthday cake, surrounded by its army of truffles in golden uniforms. The cake frosting is made of white icing that blends in with the scenery on top of it. A path of jellybeans invites passersby to visit the house. On the roof, there is a chimney in the shape of a candle.

 

Walking on icing leaves footprints, like walking on snow. Stumbling in the frosting dyes one’s hair and clothes white. Licking the icing is not icy; it’s sugary.

 

Children skate on the lake smiling, but they are motionless. The clock hands in the square are static, refusing to separate. Time has frozen the landscape, but the landscape is not frosty.

 

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