CRISTIEmarie sempre foi apaixonada por histórias, desde que se conhece por gente. Emprestava livros e livros na biblioteca da escola. A professora previa: “Menina, você vai ser escritora”. De Monteiro Lobato a Érico Veríssimo, mais tarde Hermann Hesse, Gabriel García Márquez e Carlos Drummond de Andrade. Que mestres ímpares!
Apesar dos sinais, Cristie optou pela computação, o fascínio da lógica e a tentação maior ainda de cedo conquistar sua independência financeira. Na área de exatas encontrou um ambiente árido demais para sua sensibilidade aflorada e Cristie abandonou muitos projetos pessoais para se dedicar exclusivamente à carreira. A guerreira forte não podia conviver com a artista frágil e, de peito aberto, absorver a frigidez da selva de pedras. Tinha que construir sua muralha.
O tempo passou e a maturidade finalmente lhe mostrou os tons de cinza entre o branco e o preto. Os valores binários cederam a vez para os fatores de certeza. Deixar de fazer arte não era a solução. A arte filtrava sua alma, renovando e preservando o seu verdadeiro eu. A arte era a sua muralha. Arte e carreira se completavam, porque sem a matemática ela se sentia vazia e sem a arte ela se sentia cheia. As duas partes que sempre a dividiram, combinadas, transformaram-se em um expoente para a sua felicidade.
CRISTIEmarie faz o que faz simplesmente porque não consegue deixar de fazer.